Rem Koolhaas é conhecido por suas obras arquitetônicas construídas, e talvez de uma forma muito mais transcendente, por seu trabalho teórico. Seus textos são quase uma obrigação para grande parte das novas propostas relacionadas à arquitetura e ao desenho urbano. O documentário que apresentamos esta semana em nosso “Cinema e Arquitetura” é resultado do estudo de Koolhaas na cidade nigeriana de Lagos, a qual, desde o início da década passada teve um crescimento impressionante e que a transformará numa das maiores concentrações urbanas do mundo.
Através de imagens e comentários o arquiteto descreve a complexidade com que esta cidade funciona e como as lógicas urbanas ocidentais parecem já obsoletas quando se considera essa macro escala.
FICHA TÉCNICA:
Título Original: Lagos Wide and Close
Ano: 2002
Duração: 55 min.
Origem: Holanda
Diretor: Bregtje van der Haak
Roteiro: Bregtje van der Haak
Trilha Sonora: Rik Meier
Foto: Alexander Oey
Participa: Rem Koolhaas
A população de Lagos deverá atingir os 24 milhões de habitantes até 2020, o que a tornará a terceira maior cidade do mundo. A cada hora, 21 novos habitantes começam a sua vida na cidade, onde as conexões e estratégias de improvisação tornam-se essenciais para a sobrevivência.
Koolhaas durante a sua investigação em Lagos, realizada num período de dois anos, onde interagiu com os cidadãos e através deles reconheceu os problemas de abastecimento de água, eletricidade e tráfego. Mas ao invés de julgar e condenar a cidade foi capaz de interpretar esta “cultura do congestionamento”, e assim explorar um conceito completamente novo da grande cidade.
Para Koolhaas, a chave para entender uma cidade como Lagos é perceber que a mesma não é o resultado do planejamento ocidental conhecido. A cidade deve ser vista como um organismo anárquico onde o empenho de seus habitantes transforma qualquer aparente desvantagem em uma oportunidade.